quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Acho que é hora de colocar isso aqui em algum lugar.... vai ficar aqui!

Esta é uma história que comecei a escrever a tempos, hoje colocarei um trecho aqui, em breve o restante... Se tiverem a paciência de ler, agradecido! (críticas aceitas)

As luzes se acendem, o palco está iluminado, nossa artista sente o leve enjoô típico a toda apresentação de casa cheia. A cidade de Flin-Flow está movimentada como um formigueiro, maior exemplo disto é a casa de espetáculos que está em capacidade total, na verdade mais que isso, pode-se ver pessoas em pé atrás das arquibancadas e no meio dos corredores, todas se acotovelando para ver a única apresentação da noite.
O show se inicia, uma artista solitária aparece, de súbito, começa a declamar piadas e gesticular incessantemente com o objetivo de agradar o público. Apesar da pouca idade, é uma atriz experiente, nascida e criada dentro de um teatro, ainda que isto esteja invisível por sob a máscara de teatro. Enquanto se apresenta, algo mágico acontece, o público sente a alegria da pessoa que está ali para diverti-lo, não se trata de um trabalho, mas sim de uma paixão.
A peça chega ao fim, todos aplaudem em fervorosa gritando de contentamento após tão brilhante apresentação, a atriz curva-se diante de todos em um gesto de agradecimento pela atenção dispensada e desaparece por trás das cortinas. Acamodada na coxia remove a máscara, aí está Lyrian. Enquanto artista mascarada, a grande atração de Flin-Flow que atrai atenção de multidões, sem a máscara, uma singela mulher na flor da juventude, tímida e humilde, do tipo que prefere ouvir à expressar uma opinião, presa a um mundo de sonhos que ocupa suas noites de descanso, sonhos de um lugar mais calmo, uma vida mais tranquila, um lugar mais bonito, e muito distante de Flin-Flow. Você lhe pergunta como chegar lá... Disso ela não faz a menor idéia, não sabe se este lugar possui um nome, sequer pode assegurar sua existência... Mas para ela, é um lugar muito real.
Lyrian traja suas vestes cotidianas composta pela bota de pele de animal, calças grossas de viajante e um espartilho escuro, sobre o espartilho uma capa para protegê-la do frio. Dá uma última olhada no espelho analisando o que vê: olhos de um azul intenso, tão azuiz que chegam a ser anormais para um ser humano, a pele extremamente clara e os cabelos louros, em qualquer outra mulher, tais características seriam consideradas uma dádiva divina. Para Lyrian, que possuia a alma tomada pela simplicidade, não era nada que fizesse dela especial, ao olhar-se no espelho, via apenas uma pessoa comum com uma tristeza anormal nos olhos, tristes por estarem ligados a um coração inquieto que almejava sonhos grandiosos, Lyrian não sabia o que eram estes sonhos, apenas sabia que não era ali que eles iriam se realizar, não na cidade turística de Flin-Flow.
A cidade está agitada, embora pacata outrora, estamos no início da estação das colheitas. As pessoas estão felizes pois poderão, por algum tempo, gozar de certa fartura. Festivais artísticos explodem pela cidade para celebrar a riqueza que brota da terra após uma satisfatória estação chuvosa. Flin-Flow é conhecida por todo o Sarone por ser a cidade mais bela da região, localiza-se às margens do lago Shinor o que propicia a produção agrícola e enriquece os produtores, sem contar que o lago é considerado um dos mais bem cotados entre os pescadores.
Lyrian sai da casa de espetáculos e parte para a sua verdadeira casa, embora não a considere assim, tendo em vista fora criada dentro do teatro, mas chama de casa o lugarejo onde vive, apesar de pequeno e possuir uma aparência meio deteriorada fica a beira do lago Shinor. A moradora passa a maior parte de suas horas vagas sentada às suas margens, sobre algum tronco ou pedra, observando a placidez das águas e as ondas que se formam no imenso lago, que pode ser considerado um pequeno mar.
Enquanto circula pelas ruelas de Flin-Flow, Lyrian tem uma estranha sensação. "Estou sendo seguida", pensa. A uma distância segura percebe que seu perseguidor sabe muito bem o que faz. Mas ora, não se deve brincar com a astúcia de uma artista do porte de Lyrian, anos observando detalhes lhe deram uma certa habilidade peculiar de percepção. Além de que as ruas que percorreu eram quase desertas, e é um hábito estar sempre fazendo voltas e voltas, para que o tempo passe mais depressa, mas ainda assim, seu perseguidor encontrava-se em seu encalço.
A moça decide entrar em ruas movimentadas, tentando se livrar deste indivíduo que lhe segue. "Algum fã mais atrevido", pensava. Mas lhe preocupava a inteligência do perdigueiro, mesmo desviando de caminhos tradicionais, embrenhando-se em ruas cheias, passando por postos de segurança, o seu seguidor permanecia sempre a uma distância segura.
Lyrian possuia um sentido mais aguçado para estas situações, quem não lhe conhecesse provalmente diria tratar-se de uma desbravadora, ou de alguém que segue estas profissões de risco. Muito longe da verdade, simplesmente nascera desta forma, e desde criança, foi esta percepção melhorada da realidade que lhe ajudara em diversas necessidades. Ela olha para trás na tentativa de identificar quem está copiando seus passos, eis que vê uma figura alta, usando uma capa como quase todos os habitantes da cidade, impossível distinguir qualquer outro traço, não consegue associar a visão com ninguém que conhecera previamente. Neste momento, decide analisar a situação, qualquer outra mulher que enfrentasse um desafio deste estaria, no mínimo, desesperada e buscando ajuda, porém, ela se sentia extremamente calma, como se já fosse algo esperado, como se soubesse que aquilo viria a acontecer, "Mas como?", uma pergunta que não lhe saia da cabeça.
Finalmente, a moça chega a rua que dá acesso a sua casa. Ora, vivera naquele local a vida toda e bem sabia que a este horário grande parte dos vizinhos estariam nas varandas de suas casas apreciando o entardecer e batendo um papo com quem eventualmente passasse por lá. Há alguns passos de sua casa dá uma última olhada para trás. É surpreendida, não há ninguém ali. "Mas como?", esta pergunta volta a habitar sua mente, "teria sido imaginação?" "Não!". Lyrian sabia que inúmeras eram as possibilidades para o que o desaparecimento repentino de seu perseguidor, mas de uma coisa ela tinha certeza, alguém havia lhe seguido desde que saíra da casa de espetáculos e agora não estava mais ali...

(continua...)

Erros de português são escusáveis...

Um comentário:

Zeh disse...

Bem legal.. Curti
Mas tem uma coisa que me incomoda nela.

E uma dica, na próxima vez tenta postar com uma letra maior, ou sei lah, espaçamento.. Tipo, lê seu texto e olha pra uma superfície branca depois q vc vai entender..

No mais eu gostei bastante mesmo.