sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A possível vida após...

Esse texto eu escrevi faz um tempo. É a minha idéia.

Não sei porque eu vim escrever isso aqui hoje. Mas bem, o moleque morreu e parece que isso me deixou meio triste. Mas eu não conhecia ele. Engraçada essa capacidade que a gente tem. Não é bem uma capacidade, acho melhor chamar de sentimento mesmo.

Sabe, quando você vê números você nem sente muita coisa, "É lá longe mesmo", "É uma fatalidade". Mas daí chega a hora em que o seu amigo, aquele que estava com você ontem, pra quem você conta do seu namoro, aquele que você chama de viado e ele responde um "Fala seu bixa", aquele que toma todas com você, o pareceiro de verdade, chega a hora em que ele morre. E aí? Não vai mais ter aquele cara te chamando pra sair, nem vai mais ter o nick dele no msn. Pelo menos não em online, claro.

Isso que é a dor da morte: A lembrança. Eu acho que essa é a saudade de verdade, pois, pensa bem, quem é que vai responder as suas mensagens? Claro, você tem outro amigos, mas sempre que um some, esse um fica mais importante. É normal até. Porque é aí que você começa a lembrar de tudo. E a morte parece que vem com um perdão automático também. Para o morto, claro. Então você esquece os maus momentos e lembra mais dos bons. Você escolhe. E escolhe falar bem dele e os outros amigos resolvem falar bem e lembrar as coisas boas dele. Eu também sou assim, não nego.

Mas agora vem um problema: E o cara que morreu? "Vai pro céu, era um grande cara". Ok! Então você vai pro céu, mas e as suas lembranças? Imagina só, você chega no céu, se arranja por lá e, depois de tudo arrumado, resolve sair pra beber uma cerveja. (vale uma observação, o céu é pra ser um lugar bom, e como eu gosto de tomar cerveja, sair curtir, etc, etc, o céu tem q ter um bar bom, pelo menos) Vai sozinho? Eu não iria. Eu ia chamar meus amigos, o único problema seria o fato de eles não atenderem o telefone. É obvio que não iam atender, eles estão vivos! Por sinal, a maioria das pessoas que você conhece e com quem se relacionava deve estar viva. Chato, né? Você conhece pessoas diferentes lá no céu, faz novos amigos, mas nunca é a mesma coisa. Não serão as mesmas piadas, os mesmo lugares. Claro, eu sou meio saudosista, não tenho uma rotina, mas quero ver sempre as mesmas pessoas. Conhecer pessoas novas? É relativo e depende muito da pessoa. Não preciso disso, mas às vezes você tem boas surpresas e é mais uma pessoa que entra no grupo de velhos amigos e é mais uma pra você sentir falta depois. O que eu quero dizer é: Você morre e vai pro céu, pro paraíso, mas fica incompleto.

E é isso que a gente persegue, aquela coisinha que vai deixar a gente completo, satisfeito. Em vida eu sei que não vou achar, mas se tiver que passar a eternidade procurando, eu prefiro simplesmente desaparecer. Ou nascer de novo. Não quero ir pro céu de jeito nenhum, a não ser que tenha alguma coisa divina que te faça sentir completo. (e todos os que acreditam dirão que sim).
Se essa coisa divina existir mesmo, melhor. Aí você senta no sofá e assiste os dias passarem, tá tudo bem mesmo...

2 comentários:

Hórus disse...

Interessante visão.. Pertinente, respeitável por assim dizer...
Let's put some light up there...
vou mandar minha contribuição agora zeh....
faloww

Anônimo disse...

É Zé, condição humana. Blá blá blá de angústia eterna e insatisfação idem.

Eu quero que tudo passe, que o resto comece e que o meio tenha bordas. Não consigo mais acreditar em constância...é tudo que a gente busca, mas quando quase acha vê que é uma merda, e pula de novo.

Que ninguém nos segure, que a gente caia de cara, abra a cabeça e vaze pro mundo.